Out/2002 - Revista Projeto Design

Pisos elevados diferem na modulação, na regulagem e na capacidade de carga

Segundo o arquiteto Silvio Heilbut, do escritório S Heilbut Arquitetura e Planejamento, bom senso na hora da especificação é um ponto decisivo para o bom desempenho do projeto, independente do tipo escolhido. "O usuário precisa ter a sensação de firmeza, de estabilidade. O ideal e que ele nem perceba estar caminhando sobre um piso elevado", explica. Por essa razão, a superfície não pode balançar, desnivelar, nem fazer ruídos. A melhor forma de certificar-se quanto às condições de conforto oferecidas por um produto é testá-lo caminhando sobre ele.

Outro cuidado importante é evitar o cruzamento das instalações para que não ocorram interferências entre os sistemas. "O ideal é que o leito seja loteado e as instalações ocorram em alturas diferentes", explica Heilbut. Pra que o leito seja mantido limpo e organizado, os arquitetos sugerem, além de pintar a laje de branco, descartar todo o material que não estiver mais em uso. "Se houver acúmulo, pode-se chegar a ponto de ninguém mais entender o que está sob o piso", alerta Heilbut. Também é importante haver uma planta documentando as instalações.

Em prédios prontos, a escolha do piso elevado deve levar em conta prioritariamente o pé-direito dos ambientes - em áreas de permanência com ar condicionado, por exemplo, o mínimo exigido é de 2,5 metros. Outro ponto importante são as passagens entre o piso elevado e as áreas fixas, como copas e banheiros. "Esses espaços também devem ser levantados ou então receber rampas de acesso", lembra Heilbut.

A escolha do revestimento

A função dos pisos elevados é criar um canal para a passagem das instalações, proporcionando máxima flexibilidade no uso do espaço e fácil acesso à infra-estrutura instalada. O revestimento escolhido deve preservar essas características. "Não faz sentido cobrir um piso elevado com carpete em rolo", exemplifica o arquiteto. Há vários revestimentos em placas, como laminados melamínicos, pisos vinílicos, emborrachados, carpete e até mesmo pedras. "A escolha depende da função do ambiente. Um hall de elevador não requer flexibilidade e, como é um local nobre, pode receber placas de granito. Já uma área de equipamento técnico pode usar o piso vinílico, que é prático, antiestático e de fácil manutenção, mas deixa juntas visíveis".

Exceto no caso de pedras ou cerâmicas, o melhor resultado visual é quando as placas de revestimento têm medidas inferiores à modulação do piso. "Fica mais confortável quando as juntas não coincidem", diz Heilbut. Outra possibilidade é instalar o revestimento em sentido contrário ao do piso.